quarta-feira, 21 de abril de 2010

O que isto de Orientação Sexual?

É o modo como as pessoas sentem atracção física e/ou emocional por pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto. No caso de um homem sentir atracção física e/ou emocional por uma mulher e de uma mulher por um homem, estamos perante uma orientação heterossexual. Quem sente uma atracção física e/ou emocional por pessoas do mesmo sexo, ou seja, um homem por outro homem e uma mulher por outra mulher, tem uma orientação homossexual. Os homens homossexuais são geralmente designados de gays e as mulheres de lésbicas. Os bissexuais, são pessoas que sentem atracção física e/ou emocional tanto por homens como por mulheres. Em ambos os géneros – masculino ou feminino – existem pessoas bissexuais. Independentemente da orientação sexual de cada um, existe na maioria das pessoas, o desejo de intimidade, afectividade, companheirismo e capacidade de Amar!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

O que é a Orientação Vocacional?

Um jovem será, e esta poderá ser uma das mil versões, todas elas válidas (retirando algumas excepções, é claro!), um ser em desenvolvimento, permanente com acertos e com erros, todos eles fazendo parte, deste processo tão importante que é o crescimento, o desenvolvimento psicológico, emocional, social, familiar e finalmente profissional. As escolhas fazem parte da nossa vida. E estas nem sempre são fáceis!!
Tendo em conta, então, o que é um jovem, entendemos de imediato a Orientação Vocacional a sua função e importância. A escolha do curso, torna-se a primeira de uma série de escolhas de um percurso académico e ou profissional. Esta escolha permitirá a viabilização de um Projecto de Vida, tendo o jovem (desejavelmente), um papel activo, dinamizador e responsável no seu próprio percurso.
A Orientação Vocacional, é então, um exercício de auto-conhecimento das próprias competências e lacunas. Este auto-conhecimento promove, então, no jovem autonomia nas suas escolhas e procura activa, bem como consciência, como já referimos, das suas aptidões. A vocação é construída pelos interesses profissionais e a ligação destes ao percurso académico, valores pessoais/profissionais, influências familiares/parentais e dos pares. Não menos importante, tornando-se fulcral, o desconstruir de ideias e mitos pré-concebidos relativamente às profissões e percursos académicos. Os testes são um instrumento, que nos permitem ter uma visão do estado actual do jovem em termos de interesses e valores profissionais, são dimensões evolutivas no tempo. Não têm o poder de ditar um caminho imutável mas, como a própria palavra diz, uma Orientação!

Liberdade e Responsabilidade

Libertos da infância, os adolescentes encontram-se subitamente num mundo em que se tornam responsáveis por si mesmos e por tudo aquilo que os rodeia. Claro que a juventude é o período das grandes tentações e das grandes experiências. Sim... mas algumas são saudáveis e outras conduzem a irremediáveis becos sem saída: tabaco, álcool, droga. Experimentar é bom, mas muitas vezes evitar é ainda melhor.
Saber crescer
Há tempo para tudo, para o trabalho das aulas, o descanso, o sono, o convívio, o sonho, a leitura, a reflexão. O que não há é tempo a perder. Os tempos livres deverão ser utilizados a desenvolver as capacidades pessoais - toda a gente tem muito mais do que uma - artísticas, científicas, culturais, desportivas.
A televisão, por exemplo, é uma excelente fonte de conhecimento e um óptimo meio de distracção, mas não deve comandar a nossa vida, muito menos impedir actividades criativas e activas. O desporto é importante para o crescimento, para o desenvolvimento e para o bem-estar. É ainda uma forma de conhecer mais pessoas e criar a noção fundamental de trabalho em equipa. Cuidado, contudo, com os excessos: a perna partida, a pancada na cabeça ou na coluna podem exigir meses de tempo perdido. Por vezes, podem mesmo levar a complicações ainda mais sérias.
É próprio da juventude gostar de arriscar, mas também deverá ser o tempo de saber como o fazer.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Do que gostam os teenagers?

Seis adolescentes, dos 13 aos 16 anos, revelam os seus prazeres e, com eles, as suas personalidades.
Sentir-se diferente mas integrado é um desafio da adolescência. Uma fase em que se tentam conciliar emoções num corpo que, de repente, é também novo. Os gostos dos adolescentes assumem-se nesta fase, segundo Ângelo de Sousa, psicólogo, como "uma marca identitária da singularidade de cada um". Contudo, partilham a necessidade de estar com os amigos e de quebrar a influência dos pais, provando já ter autonomia. Sendo difícil definir um intervalo etário exacto, pode dizer-se que se é adolescente entre os 10 e os 19 anos. "É um período de transição, cada vez mais alargado e diverso, entre a infância e a idade adulta", explica Isabel Reis, pediatra. Diferentes percursos impedem-nos de considerar a adolescência um processo igual para todos os seres humanos. "Se a vida é um processo contínuo, devemos dizer que há adolescências e não uma adolescência", explica a pediatra. Mesmo sem generalizar os gostos dos adolescentes, existe muito em comum entre eles. Vivem uma transição em que tentam perceber o que são, quem podem e querem ser. "É com os amigos, o seu microcosmos, que vão conseguir responder a isso, não com a família", afirma Isabel Reis. Colocam dúvidas como: "Serei capaz de ser desejável e atrair alguém?" E têm desejos: "Quero sentir-me diferente, mas quero ser normal."
Fãs de tecnologia
Para além de estar com os amigos, outros gostos são comuns e estão ligados às mais modernas tecnologias, entre as quais os adolescentes já nasceram. Passam por ouvir música, jogar e ir ao cinema, dando uso aos computadores, televisões, iPods, mp3 ou telemóveis.
"Praticamente desde que nasci, tive sempre o comando da consola na mão", justifica o mais novo dos seis adolescentes. Aos 13 anos, Emanuel diz que, "se pensar a sério no assunto", jogar computador ou videojogos é o que mais gosta de fazer. Mas a relação que tem com as tecnologias, pode dizer-se, não é totalmente passiva. Também desenvolve jogos de computador e trabalha no site que construiu na Internet. "Ter um site hoje em dia não é nada de relevante. É só um espacinho que eu tenho para reflectir e partilhar os meus pensamentos", explica.
Para além do computador, aparece o telemóvel entre os objectos de que mais gostam. Cátia tem 15 anos e o telemóvel está sempre com ela. "Não me imagino um dia sem ele, permite-me estar sempre em contacto com toda a gente." E se aquilo que mais gosta de fazer é namorar, a verdade é que ambos os gostos estão ligados: "Também se namora por telemóvel."
Mas é impossível generalizar o uso do telemóvel entre os adolescentes. "Só utilizo o telemóvel e o e-mail quando necessário, não é de uma forma tão obsessiva como outros adolescentes", explica a Mariana. Aos 16 anos, uma das coisas que mais gosta de fazer é desenhar e tem uma paixão por ténis. Explica que a cultura pop a influenciou. "Via os ténis personalizados dos artistas e fascinavam-se. Sempre quis ter uns ténis únicos, originais, só meus e que eu própria desenhasse." Sobre gostar de desenhar, confessa que foi influência do irmão. "Quando era mais nova, lembro-me de conseguir passar tardes inteiras a desenhar."
Gostos hereditários?
A influência da família pode reflectir-se nos interesses os adolescentes. "Por vezes, há um prolongamento dos gostos dos pais para os filhos. Se os pais valorizam a escolaridade e a leitura, os filhos também o vão fazer", acrescenta Isabel Reis.
Com a música e a moda costuma ser diferente, mas há excepções. Ouvir música dos anos 60 aos 90 é uma das preferências do Bernardo. Beatles, David Bowie, Elvis Presley, Bon Jovi ou Van Halen são os preferidos, assim como terão sido dos seus pais. Tem 14 anos e o corpo ainda em desenvolvimento para o desporto que pratica há meses: râguebi. É algo que os pais apoiam pela união e princípio de equipa que lhe estão associados.
Também os pais do Nuno o incentivaram desde pequeno a fazer um desporto e tocar um instrumento. Aos 15 anos fazer natação e tocar guitarra estão entre as coisas que mais gosta. A estudar na área de Ciências, já no 10º ano, divide o seu tempo entre as actividades fora da escola e as exigências do horário das aulas.
Há outros gostos diferentes, como cozinhar. Está no topo das preferências da Geisa, de 16 anos. No primeiro ano de um curso profissional de cozinha, garante que "cozinhar foi sempre o que mais gostei de fazer".
Coloca-se uma questão
É mais importante nesta fase sentir-se integrado ou afirmar a sua identidade? "As duas tendências coexistem. Há um desejo de se integrar num grupo e um desejo de afirmação pessoal", descreve a pediatra.
Aqui está um dos maiores desafios da adolescência: conciliar desejos e, na maior parte das vezes, tudo ainda sob controlo dos pais.
Pertencer a um grupo de amigos deve-se à necessidade de "definir uma ligação a valores, estilos e gostos", especifica Ângelo de Sousa. É também uma forma de os adolescentes abandonarem a imagem que têm dos pais na infância, passando agora a ser vistos "com um olhar menos idealizado".
Irão precisar de quebrar as ligações com os pais, nem que seja temporariamente. E distanciarem-se dos gostos deles é uma forma de se afirmarem, seja pela maneira como se vestem, a música que ouvem ou as ideias que têm. "É a conquista de uma nova forma de ser e estar, por vezes inquietante, mas que os fascina e entusiasma tremendamente", diz o psicólogo. "Ser capaz de estruturar um pensamento abstracto, criar hipóteses, argumentar e defendê-las é outro símbolo da adolescência."
O papel dos pais é relevante. Ainda que possa ser difícil saber como agir, não é necessário que sejam anos de angústia. "Os adolescentes não vão necessariamente negar as suas origens. Curiosamente, até é aos pais que recorrem se tiverem realmente problemas."
Entre vibrantes discussões de ideias e de visões do mundo, compreender o significado dos gostos dos adolescentes poderá ser uma ajuda. Sobretudo para que, quando chegar ao fim, tenha sido um desafio bem resolvido.
Publicado na Revista Única do Expresso de 6 de Março de 2010